Banco dobrou valor máximo de imóveis financiados para R$ 3 milhões
Anunciadas na manhã desta segunda-feira pelo vice-presidente da área
de Habitação da Caixa Econômica, Nelson Antonio de Souza, em entrevista à
Reuters, as medidas só foram confirmadas pela instituição financeira no
fim do dia. A nota divulgada pelo banco sobre as novas condições não
esclarece o motivo das mudanças na modalidade de crédito, voltado ao
público de maior renda. As taxas cobradas nas operações variam entre
10,93% e 11,5% ao ano, e o prazo de pagamento vai até 420 meses (35
anos). São utilizados nessa linha depósitos da poupança (faixa livre,
para imóveis acima de R$ 750 mil) e captações no mercado, lastreadas em
títulos imobiliários (os chamados LCI).
META DE R$ 50 BILHÕES EM NOVOS EMPRÉSTIMOS
Segundo interlocutores, o banco decidiu ampliar o financiamento porque estaria aquém da meta do semestre de bater R$ 50 bilhões em novos empréstimos, diante da queda na demanda provocada pela crise na economia. No primeiro trimestre, as concessões somaram apenas R$ 15,5 bilhões, segundo balanço divulgado pela Caixa. O orçamento previsto para o setor da habitação neste ano é de R$ 91 bilhões. A instituição detém 66,9% do mercado imobiliário.
Em março, a então presidente da Caixa, Miriam Belchior, já havia anunciado a reabertura do financiamento para compra do segundo imóvel e a elevação da cota para usados de 50% para 70%, no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que financia imóveis avaliados em até R$ 750 mil. Em entrevista exclusiva ao GLOBO na semana passada, o atual presidente do banco, Gilberto Occhi, disse que pretende facilitar o crédito imobiliário ainda mais no segundo semestre, com redução de taxas, dependendo do perfil do cliente, e maior cota de financiamento. Atualmente, o banco segue um modelo padrão para juros, cota e prazo de pagamento dos empréstimos.
Occhi disse ainda que, diante da queda nas vendas, a Caixa está
alongando as dívidas das construtoras. Para o consultor e
ex-vice-presidente de Habitação da Caixa José Urbano Duarte, as medidas
são insuficientes para reaquecer o setor, pois o segmento de imóveis
mais caros representa apenas 5% do mercado. Mas elas podem ajudar as
construtoras.
— Qualquer medida no sentido de melhorar as condições de comercialização de unidades é benéfica para o setor — destacou Urbano, acrescentando que a elevação no percentual de financiamento tem relevância para a classe média.
O presidente do Sindicato da Construção de São Paulo (SindusCon-SP), José Romeu Ferraz Neto, disse que o pacote de medidas da Caixa é bastante oportuno e tende a criar um efeito psicológico positivo em quem está interessado em fazer um financiamento:
— O anúncio está sendo feito num momento muito oportuno, em que o mercado ainda está parado, mas as pessoas começam a recobrar a confiança na economia, na equipe econômica. Se a pessoa está empregada e vê que o banco está aumentando os limites de financiamento, pode se animar.
MAIS CRÉDITO A GERADORES DE EMPREGO
Romeu Ferraz considera que a intenção da Caixa de dobrar o valor do imóvel para R$ 3 milhões não é o ponto mais importante. Assim como Urbano, ele diz que a elevação dos percentuais de financiamento, tanto para imóveis novos quanto usados, tem um efeito mais positivo sobre as pessoas:
— No caso do imóvel de R$ 3 milhões, o comprador talvez nem precise de financiamento. Mas o fato de elevar os limites de financiamento melhora o humor dos que precisam do empréstimo. Não que vá haver uma revolução, com filas na Caixa para financiamento. Mas essas mudanças ajudam a melhorar a expectativa das pessoas.
O presidente interino, Michel Temer, encomendou à equipe econômica a elaboração de medidas para estimular a economia a curto prazo. A ideia é aproveitar o bom momento vivido pelo governo, com os dados favoráveis da mais recente pesquisa de popularidade do Datafolha, para anunciar o pacote.
Hoje haverá reunião entre as equipes dos ministérios da Fazenda, do
Planejamento e da Casa Civil para o fechamento das medidas. No pacote,
deve haver, entre outros tópicos, anúncio de liberação de crédito para
alguns setores com maior capacidade de rápida geração de emprego, nos
moldes do que a Caixa fará.
Esta noite, Temer receberá em jantar os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para a elaboração de uma agenda para o segundo semestre com foco na recuperação da economia. A ideia é sair do encontro com um acordo entre os presidentes das duas Casas para a votação dessas matérias mais relevantes para o governo.
Apesar da movimentação, há um cuidado por parte do Planalto para não gerar no mercado uma expectativa superior àquilo que será anunciado. Segundo interlocutores do governo, não haverá medidas de subsídio no pacote. A intenção é focar na ampliação de crédito para esses setores cuja resposta em geração de emprego seja mais rápida, como o setor imobiliário. De acordo com um assessor, a geração de empregos é a obsessão de Temer.
META DE R$ 50 BILHÕES EM NOVOS EMPRÉSTIMOS
Segundo interlocutores, o banco decidiu ampliar o financiamento porque estaria aquém da meta do semestre de bater R$ 50 bilhões em novos empréstimos, diante da queda na demanda provocada pela crise na economia. No primeiro trimestre, as concessões somaram apenas R$ 15,5 bilhões, segundo balanço divulgado pela Caixa. O orçamento previsto para o setor da habitação neste ano é de R$ 91 bilhões. A instituição detém 66,9% do mercado imobiliário.
Em março, a então presidente da Caixa, Miriam Belchior, já havia anunciado a reabertura do financiamento para compra do segundo imóvel e a elevação da cota para usados de 50% para 70%, no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que financia imóveis avaliados em até R$ 750 mil. Em entrevista exclusiva ao GLOBO na semana passada, o atual presidente do banco, Gilberto Occhi, disse que pretende facilitar o crédito imobiliário ainda mais no segundo semestre, com redução de taxas, dependendo do perfil do cliente, e maior cota de financiamento. Atualmente, o banco segue um modelo padrão para juros, cota e prazo de pagamento dos empréstimos.
— Qualquer medida no sentido de melhorar as condições de comercialização de unidades é benéfica para o setor — destacou Urbano, acrescentando que a elevação no percentual de financiamento tem relevância para a classe média.
O presidente do Sindicato da Construção de São Paulo (SindusCon-SP), José Romeu Ferraz Neto, disse que o pacote de medidas da Caixa é bastante oportuno e tende a criar um efeito psicológico positivo em quem está interessado em fazer um financiamento:
— O anúncio está sendo feito num momento muito oportuno, em que o mercado ainda está parado, mas as pessoas começam a recobrar a confiança na economia, na equipe econômica. Se a pessoa está empregada e vê que o banco está aumentando os limites de financiamento, pode se animar.
MAIS CRÉDITO A GERADORES DE EMPREGO
Romeu Ferraz considera que a intenção da Caixa de dobrar o valor do imóvel para R$ 3 milhões não é o ponto mais importante. Assim como Urbano, ele diz que a elevação dos percentuais de financiamento, tanto para imóveis novos quanto usados, tem um efeito mais positivo sobre as pessoas:
— No caso do imóvel de R$ 3 milhões, o comprador talvez nem precise de financiamento. Mas o fato de elevar os limites de financiamento melhora o humor dos que precisam do empréstimo. Não que vá haver uma revolução, com filas na Caixa para financiamento. Mas essas mudanças ajudam a melhorar a expectativa das pessoas.
O presidente interino, Michel Temer, encomendou à equipe econômica a elaboração de medidas para estimular a economia a curto prazo. A ideia é aproveitar o bom momento vivido pelo governo, com os dados favoráveis da mais recente pesquisa de popularidade do Datafolha, para anunciar o pacote.
Esta noite, Temer receberá em jantar os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para a elaboração de uma agenda para o segundo semestre com foco na recuperação da economia. A ideia é sair do encontro com um acordo entre os presidentes das duas Casas para a votação dessas matérias mais relevantes para o governo.
Apesar da movimentação, há um cuidado por parte do Planalto para não gerar no mercado uma expectativa superior àquilo que será anunciado. Segundo interlocutores do governo, não haverá medidas de subsídio no pacote. A intenção é focar na ampliação de crédito para esses setores cuja resposta em geração de emprego seja mais rápida, como o setor imobiliário. De acordo com um assessor, a geração de empregos é a obsessão de Temer.
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