Lindoberto Castro Silva, o
"Louro", está ameaçado de morte após a delação
O homem que decidiu delatar os agentes aliciados pelo crime e recebedores do dinheiro “sujo” do tráfico chama-se Lindoberto Silva de Castro, conhecido pelo apelido de “Louro”, natural de Cascavel (a 53Km de Fortaleza) que atuava como empresário de “fachada” do ramo de exportação de camarão no Litoral Leste do Ceará. Na verdade, segundo a PF, trata-se do líder de uma quadrilha local subordinada ao PCC. Além do tráfico de drogas, o grupo teria envolvimento com o contrabando de fuzis e assaltos a bancos.
Milhões
Preso em outubro do ano passado, “Louro” teria feito a confissão na PF, apontando delegados da Polícia Civil cearense e oficiais da Polícia Militar como beneficiários do dinheiro do tráfico. Ou seja, tais agentes constavam na extensa lista da propina do PCC no Estado. Há a acusação por escrito que um delegado da Polícia Civil teria recebido um repasse de R$ 4 milhões. Outro teria usado uma construtora como “fachada” para lavar a propina. Os suspeitos não foram ainda ouvidos pela PF. Mas, a sigilosa investigação avança.
Antes de sua captura pela Polícia Federal, no ano passado, “Louro” havia sido preso outras duas vezes em 2012. A primeira, quando foi interceptado em seu Corolla na rodovia estadual CE-040, no Eusébio, sendo abordado por inspetores da Delegacia de Narcóticos (Denarc).
Naquela ocasião, “Louro” acabou preso em flagrante com 29 quilos de maconha, na companhia de um pastor evangélico e de outros dois homens, todos identificados como Gleidiano Mafarre da Silva Lima, 26 anos, natural de Angicos (RN), e que seria o pastor; Marciano do Nascimento Alves, 29 anos, natural de Cascavel, e que se identificou como jardineiro; e Antônio Marcos Gomes Monteiro, 34, natural de Natal (RN).
Ainda em 2012, depois de ser libertado, “Louro” voltou a delinqüir e acabou preso após envolvimento no assalto a um banco na cidade de Palhano, no Vale do Jaguaribe (a 163Km de Fortaleza). Passou pouco tempo preso e logo voltou a agir no tráfico.
Conforme o delegado Janderlyer de Lima,chefe da Delegacia de Combate ao Crime Organizado no Ceará (Decor), todo o armamento que a quadrilha do bandido “Louro” usava foi trazido do Paraguai.
Camilo
A delação de “Louro” tende a agravar a crise na Segurança Pública do Governo Camilo Santana. A relação dos suspeitos de envolvimento com a propina do PCC é mantida em segredo.
No último mês de maio, o juiz Danilo Fontenelle, titular da 11ª Vara Criminal da Justiça Federal no Ceará, acatou um requerimento do Ministério Público Federal (MPF) e determinou que "Louro" fosse recolhido a uma ala especial de segurança máxima da Penitenciária da Pacatuba destinada a presos que correm risco de morte.
Ceará News 7
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