Pela 4ª vez este ano a conta de
energia no Ceará ficará mais cara. O reajuste é de 11,69%, sendo 7,15% para
residências e 22,74% para indústrias. A Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel), aprovou os índices provisórios da quarta revisão tarifária periódica
da Companhia Energética do Ceará (Coelce).
O efeito médio ao consumidor é de
11,69%, sendo de 22,74% para os consumidores em alta tensão (indústrias) e
7,15% para os em baixa tensão (residenciais) e será sentido nas contas a partir
da próxima semana, dia 22, quando entra em vigor. Esse é o quarto aumento de
energia do ano considerando a aplicação da bandeira vermelha, elevada em
fevereiro e o reajuste extraordinário aplicado em março passado.
Os consumidores residenciais (Classe
B1), que são 2,5 milhões das 3,3 milhões de unidades consumidoras localizadas
em 184 municípios do Ceará, terão reajuste de 6,87% na tarifa. Segundo a Aneel,
os resultados devem ser considerados provisórios porque se referem às
metodologias do quarto ciclo de revisão tarifária não concluídas a tempo de
aplicar à revisão da Coelce.
Mas adianta que o valor definitivo da
quarta revisão tarifária deve ser homologado após a aprovação das metodologias,
e os efeitos considerados no reajuste tarifário de 2016 da distribuidora.
O consultor de Energia da Federação
das Indústrias do Ceará (Fiec), Jurandir Picanço, disse que não espera nenhuma
variação significativa, embora o índice possa ser alterado para cima ou para
baixo. Lembra que a revisão tarifária de 2011 só foi feita em 2012, também pelo
mesmo problema da metodologia, e causou muita confusão.
Pelos cálculos do especialista a alta
média do insumo é de 40,16%, sendo 31,99% para a baixa tensão e 60,82% para
alta tensão. “Tudo em função do aumento do custo da energia que a Coelce está
repassando ao consumidor”, diz.
Impactos
Para o advogado e professor de Direito
do Consumidor/Empresarial, Hércules Amaral, o índice anunciado apenas evidencia
que faltou perícia ao aliar políticas equivocadas à confiança demasiada na
“sorte” climática. “O fato é que a energia ficará mais cara, e os índices de
inflação, entre eles o IPCA, responderão à altura”
O economista Henrique Marinho diz que
é claro que terá efeito sobre a inflação do fortalezense e será incorporado já
no próprio mês de abril. “E ainda trará efeitos na inflação subseqüente por
meio dos repasses do aumento por parte dos empresários”.
O diretor de Regulação da Coelce, José
Alves, destaca que a parcela destinada à Coelce nessa revisão está sendo
reduzida em 2,64%. “A revisão anunciada reflete, principalmente, os maiores
custos com a compra de energia dos geradores, em função da situação hidrológica
do País.”
Ele aponta que a revisão também é
resultado do aumento das despesas com a Conta de Desenvolvimento Energético
(CDE) – fundo administrado pelo Governo para custear alguns subsídios às
tarifas.
NÚMEROS
40,16% é o aumento que a tarifa
de energia sofreu no acumulado do ano. 22 de abril é quando começa a ser
cobrada a nova tarifa de energia para os cearenses
Fonte: O Povo
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