PF prende tesoureiro do PT e cunhada dele em nova fase da Lava Jato
Mulher do petista foi ouvida em casa
pelos investigadores da força-tarefa; ele é apontado como operador do
partido no esquema de pagamento de propina na Petrobrás
Por Fausto Macedo, Andreza Matais e Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto,
foi preso nesta quarta-feira, 15, em nova fase da Operação Lava Jato. O
petista foi preso em casa, em São Paulo, e vai ser deslocado para a
Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
A PF também cumpriu mandado de condução
coercitiva contra a mulher de Vacarri, Giselda Rousie de Lima, e de
prisão temporária contra a cunhada do petista, Marice Correa Lima,
suspeita de estar envolvida com o esquema de corrupção investigado na
Lava Jato. Mulher do Vaccari foi ouvida em casa pelos investigadores,
mas não foi levada para a delegacia.
O petista foi denunciado criminalmente
por ser apontado pelos investigadores da força-tarefa como operador de
propina do PT no esquema de cartel e corrupção na Petrobrás. Ele é
acusado de receber para o PT um porcentual da diretoria de Serviços da
Petrobras na época em que era comandada por Renato Duque. O petista
responde no processo pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Vaccari é foco de sete frentes de investigação pelo Ministério Público
Federal na Operação Lava Jato.
Na semana passada, em depoimento à CPI
da Petrobrás na Câmara, Vaccari negou envolvimento com pagamentos de
propina. Aos parlamentares da comissão instalada na Casa para investigar
irregularidades na estatal, o tesoureiro do PT alegou inocência e
isentou o partido de envolvimento em malfeitos supostamente cometidos na
Petrobrás.
Em seu depoimento, ele tentou também
desqualificar as acusações que pesam contra ele em delações premiadas
feitas por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da
Petrobrás; Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da estatal; Alberto
Youssef, doleiro e um dos principais focos da Operação Lava Jato; e
Augusto Mendonça, executivo da Toyo Setal.
“As afirmações que são feitas nas delações premiadas, no que se refere à minha pessoa, não são verdadeiras”, repetiu à exaustão.
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