Sob vaias, os dois parlamentares foram chamados de
traidores por terem votado a favor do Projeto de Lei 4330, que
flexibiliza as terceirizações
Os deputados federais cearenses
Raimundo Gomes de Matos (PSDB) e
André Figueiredo (PDT)
foram hostilizados por sindicalistas na manhã desta quarta-feira (22)
enquanto embarcavam no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em
Fortaleza, rumo a Brasília. Sob
vaias, os dois parlamentares foram chamados de
traidores por terem votado a favor do Projeto de Lei 4330, que flexibiliza as terceirizações em todos os setores do País. O
projeto deve retornar à pauta da Câmara nesta quarta (22) e quinta (23) para que os deputados concluam a análise dos
destaques e das
emendas apresentados ao texto-base, que já foi aprovado.
> Líder do Governo na Câmara, José Guimarães, comenta projeto da terceirização em dia decisivo de votação
Os manifestantes foram mobilizados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT),
que contava com representantes de categorias como professores,
metalúrgicos, bancários, correios e setores têxteis. Faixas e cartazes
com fotos dos parlamentares que votaram a favor do projeto foram
exibidos no saguão de embarque do aeroporto.
Carlos Eduardo Bezerra, presidente do sindicato dos bancários, classificou a aprovação do PL-4330 como a "
desorganização do trabalho, dos sindicatos, dos
direitos garantidos
nas negociações coletivas". "Nós queremos uma outra agenda, que venha a
valorizar o trabalho e não precarizar", comentou, mostrando um cartaz
com a foto de 10 deputados cearenses que votaram a favor da
terceirização: Arnon Bezerra (PTB), Antônio Balhmann (PROS), André
Figueiredo (PDT), Adail Carneiro (PHS), Danilo Forte (PMDB), Domingos
Neto (PROS), Genecias Noronha (SD), Gorete Pereira (PR), Leônidas
Cristino (PROS) e Raimundo Gomes de Matos (PSDB).
Questionado sobre o protesto, André Figueiredo lamentou a hostilização e classificou como um
movimento oportunista e desinformado.
"A nossa posição é muito coerente e temos absoluta convicção de que
estamos trabalhando com a coerência que a situação exige, ou seja,
protegendo os direitos de mais de 12 milhões de trabalhadores
terceirizados que não têm direito nenhum, evitando a "pejotização"
(transformação dos postos de trabalho em postos de pessoa jurídica). As
vezes há a desinformação e, em outras vezes, a má fé", disparou o
deputado pedetista sobre o assunto.
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