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terça-feira, 28 de abril de 2015

IMÓVEL USADO: FINANCIAMENTO É REDUZIDO



A Caixa Econômica Federal anunciou, ontem, que reduzirá em 30 pontos percentuais o limite para o financiamento de imóveis usados com recursos da caderneta de poupança, a partir da próxima segunda-feira (4). Com esta decisão, a cota para aquelas pessoas interessadas em financiar uma casa ou apartamento usado, utilizando nessas operações apenas os recursos da poupança, vai passar de 80% para 50% nas operações do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), e de 70% para 40% para imóveis no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), pelo Sistema de Amortização Constante.

De acordo com a diretoria da instituição, este ano, a sua prioridade será o financiamento de imóveis novos, que serão poupados dessa nova regra, beneficiando, segundo a Caixa, o setor de construção civil. A mudança, que mitiga o problema da redução de depósitos na poupança, também não vale para as operações de habitação popular, de acordo com o banco. “A Caixa Econômica Federal informa que o foco do banco, este ano, será o financiamento de imóveis novos, com destaque para a habitação popular – operações do Minha Casa, Minha Vida e recursos do FGTS”, disse, em nota.
Competitividade
O mercado avalia que, por enquanto, a medida não deverá afetar os demais bancos, pois eles poderão representar uma opção para os compradores. Isso porque, com a nova alteração, estas instituições estarão em um patamar de igualdade competitiva com a Caixa. Entretanto, é bom lembrar que isto pode representar um aumento nos custos de financiamentos para a aquisição de imóveis usados. Portanto, vale a pena avaliar com bastante critério as opções que estarão disponíveis para essas operações.

A redução dos limites para quem pretende financiar um imóvel usado acontece após a poupança ter registrado saída líquida (retiradas menos depósitos) de R$ 11,43 bilhões em março, a maior fuga de recursos da aplicação. Quando sua captação é reduzida, os recursos para empréstimos ficam mais escassos. O mês passado foi o terceiro, seguido, em que a poupança registrou recorde de saídas de valores. Em janeiro, R$ 5,52 bi já haviam deixado as cadernetas dos poupadores brasileiros; subindo para R$ 6,26 bi em fevereiro, e para mais de R$ 11 bilhões, em março.
Presidente do Creci-CE diz que medida é prejudicial
Para Apolo Scherer, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE) – entidade que congrega 15 mil corretores e mil imobiliárias no Estado  –, esta medida deverá trazer muitos prejuízos. “É lamentável que isto tenha acontecido, neste momento em que o Brasil está precisando de incentivos à economia, e haverá um arrefecimento na oferta de crédito. Com isso, deve haver redução na venda de imóveis usados, trazendo prejuízos em todas as áreas, não apenas para que quer comprar, como para quem estava vendendo (a fim de adquirir outro imóvel, até mesmo novo), e para a categoria dos corretores de imóveis”, explicou.

Ele ressaltou que havia um comprometimento do governo federal, ao longo dos últimos dois anos, de que não iria mexer no financiamento imobiliário, pois pretendia reduzir o déficit habitacional. “Além disso, o que é mais grave, o setor da construção civil gera milhares de empregos, movimenta diversos outros setores da nossa economia, bem como a circulação de dinheiro no mercado. Vamos aguardar para ver como ficará o posicionamento dos outros bancos e demais empresas do setor imobiliário, pois essa medida é muito ruim para quem trabalha com a compra e venda de imóveis em todo o território nacional”, asseverou Apolo.

O ESTADO

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